CASARÃO DA FAZENDA BÁLSAMO

Atual Museu José Antônio Pereira

Quando se chega ao Museu José Antônio Pereira tem-se, de imediato, a impressão de que nos encontramos numa das mais tradicionais e antigas propriedades rurais mineiras.

"Em geral, as sedes dessas fazendas seguiam padrões arquitetônicos semelhantes, incluindo a casa de moradia, geralmente térrea, e anexos vários: paiol, casa de monjolo, puxado para carros de boi, engenho rudimentar, rego d'água e outras benfeitorias. (...) Os materiais empregados eram, via de regra, encontrados na própria fazenda ou em locais próximos, com largo emprego da pedra, do barro e da madeira, sob diversas formas. A mão-de-obra mostrava-se tosca, ainda que muitas vezes utilizando-se de materiais nobres como as madeiras de lei, e revelando-se dotada de natural engenhosidade. (...) os padrões arquitetônicos e a distribuição das diversas edificações, sempre de acordo com a procedência dos fundadores das fazendas." (1)

A casa da Fazenda Bálsamo é "compacta, (...) erguida em terreno plano, apresentando distribuição irregular de alguns cômodos que dão acesso uns aos outros, sem áreas de circulação, (...) típica de fazendas construídas por mineiros, no século XIX e princípios do século XX". (1)

"O bloco principal e os blocos anexos são estruturados com troncos roliços de aroeira que compõem um sistema de baldrames, pilares e cintas. As paredes, tanto internas quanto externas, foram executadas originalmente de pau-a-pique e recobertas com barro e caiadas (com mistura que incluía cinza de madeira)". (2)

Composição da taipa de pau-a-pique:

[1]. Frechal:
peça roliça em Baru (Cumbaru)
[2]. Esteio: poste de aroeira
[3]. Trama:
pau-a-pique (madeira do cerrado)
varas de guariroba
[4]. Argamassa de barro:
barro de olaria (barro forte)
barro de várzea (barro fraco)
areia
esterco de gado
[5]. Baldrame: viga de aroeira

"Do índio, o pau-a-pique; do negro, o barro de sopapo; a taipa de pau-a-pique, também conhecida como taipa de mão ou taipa de sopapo, é uma técnica utilizada no Brasil desde o período colonial. A influência da cultura negra aliada à experiência dos índios resultou num sistema de construção que, por sua leveza, pouca espessura, economia e rapidez de execução, foi amplamente utilizado na fabricação da casa cabocla. É uma técnica que usa o barro, apertado e socado com as mãos, preenchendo os vazios da trama de varas amarradas com cipós ou outras fibras vegetais no pau-a-pique". (3)

"As coberturas são compostas de telhas de barro tipo capa-canal, de fabricação artesanal,

colocadas sobre ripamento de carandá e estruturas em madeira de lei.

As esquadrias, de portas e janelas, são todas de folhas de madeira, planas, trabalhadas com a enxó. Os pisos do bloco anexo são revestidos com ladrilhos de fabricação caseira, com exceção da sala, que tem o piso de tábuas corridas.

O abrigo (do carro mineiro) tem o piso em terra batida". (2)

========== INTERIOR ==========

CATRES

FOGÃO DE LENHA e MESA DE REFEIÇÕES

SANTO ANTÔNIO SOBRE A CÔMODA

BAÚ

TAMBORETE e ROCA

BANCO

PILÃO e LAMPARINA


========== BIBLIOGRAFIA ==========

1. LENA CASTELLO BRANCO FERREIRA DE FREITAS e NANCY RIBEIRO DE ARAÚJO E SILVA: Antigas Fazendas do Planalto Central. In: Ciências Humanas em Revista. Revista do Instituto de Ciências Humanas e Letras. Universidade Federal de Goiás.

2. PROJETO DE RESTAURAÇÃO DO MUSEU JOSÉ ANTÔNIO PEREIRA: Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Divisão de Cultura. Prefeitura Municipal de Campo Grande.

3. RESTAURAÇÃO DO MUSEU JOSÉ ANTÔNIO PEREIRA: Borges & Corrêa Ltda. - Gregório Corrêa (Goinha).

 
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